quarta-feira, 31 de março de 2010

PURA POESIA

terça-feira, 30 de março de 2010

INFINITO

Poema do afinal

No mesmo instante em que eu, aqui e agora,
Limpo o suor e fujo ao Sol ardente,
Outros, outros como eu, além e agora,
Estremecem de frio e em roupas se agasalham.

Enquanto o Sol assoma, aqui, no horizonte,
E as aves cantam e as flores em cores se exaltam,
Além, no mesmo instante, o mesmo Sol se esconde,
As aves emudecem e as flores cerram as pétalas.
Enquanto eu me levanto e aqui começo o dia,
Outros, no mesmo instante, exactamente o acabam.
Eu trabalho, eles dormem; eu durmo, eles trabalham.
Sempre no mesmo instante.

Aqui é Primavera. Além é Verão.
Mais além é Outono. Além, Inverno.
E nos relógios igualmente certos,
Aqui e agora,
O meu marca meio-dia e o de além meia-noite.

Olho o céu e contemplo as estrelas que fulgem.
Busco as constelações, balbucio os seus nomes.
Nasci a olhá-las, conheço-as uma a uma.
São sempre as mesmas, aqui, agora e sempre.

Mas além, mais além, o céu é outro,
Outras são as estrelas, reunidas
Noutras constelações.

Eu nunca vi as deles;
Eles,
Nunca viram as minhas.

A Natureza separa-nos.
E as naturezas.
A cor da pele, a altura, a envergadura,
As mãos, os pés, as bocas, os narizes,
A maneira de olhar, o modo de sorrir,
Os tiques, as manias, as línguas, as certezas.

Tudo.
Afinal
Que haverá de comum entre nós?

Um ponto, no infinito.

António Gedeão
Poemas Escolhidos
Lisboa, Sá da Costa, 2001

domingo, 28 de março de 2010

NO FUNDO DO MAR

segunda-feira, 22 de março de 2010

O PODER DAS FLORES

segunda-feira, 15 de março de 2010

HISTÓRIA DE UMA GAIVOTA E DO GATO QUE A ENSINOU A VOAR

Resumo escrito:CarlaNunes
Luís Sepúlveda, escreve-nos uma história doce, simples mas cheia de significado, como podem concluir ao ler esta história fantástica.
História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar” é uma fábula, em que os actores principais são gatos e gaivotas, mas apesar de estas poucas palavras poderem dar a entender que se trata de um conto para crianças, enganam-se - uma criança não consegue retirar desta linda história a lição de vida que ela contém.
Temos então a história de um gato, Zorbas, gato grande, preto e gordo, que mora numa casa perto do porto de Hamburgo. Numas férias em que Zorbas fica em casa sozinho, estava ele a apanhar sol na sua varanda, quando lhe cai de repente à sua frente uma gaivota moribunda, que depois de ter sido apanhada pela maré negra, perde-se do seu bando e faz da varanda do Zorbas o seu último destino. Porém, antes de morrer, põe um ovo, e faz dois pedidos a Zorbas: o primeiro é que tome conta da pequena gaivota que irá nascer, o segundo é que a ensine a voar. Perante o estado da pobre gaivota, Zorbas aceita os pedidos, sem se aperceber do tamanho de tal responsabilidade.
Assim começa a sua aventura, que sendo fiel à sua palavra vai fazer todos os esforços para fazer cumprir a sua promessa.
Até a pequena gaivota nascer, Zorbas, que até agora tinha uma vida descontraída, se vê com a tarefa de chocar o ovo, desta forma quando a pequena gaivota nasce, Zorbas é chamado de mamã.
Neste momento, Zorbas procura os seus amigos, que o vão ajudar a cuidar da pequena Ditosa, assim a chamaram, e ajudá-lo nesta difícil tarefa. Os seus amigos são, Collonelo, um gato de alguma idade sempre pronto a dar um bom conselho, Secretário, o seu ajudante, o Sabe-Tudo, gato muito inteligente e o Barlavento, um gato marinheiro.
Com as enciclopédias do Sabetudo, com a boa vontade de todos, e com o sentido de cumprir esta obrigação a todo o custo, este pequeno grupo de gatos, começa então esta difícil tarefa, de dar umas lições de sobrevivência à Ditosa, de a ensinar a voar, e de lhe dar o amor e carinho do qual a sua mãe ficou privada.
Ditosa integra-se bem no grupo, de tal modo que começa a achar que também ela é um gato, e que é com eles que ela quer ficar e começa então a lutar contra o esforço dos seus amigos.
Mas Ditosa é realmente uma gaivota e a sua verdadeira natureza começa a vir ao de cima, e apesar da imensa vontade de ficar com a sua “família”, a vontade de abrir as asas e voar também a invade. De tal forma que numa noite chuvosa, Ditosa finalmente abre as suas asas, segue o seu destino, e voa, deixando Zorbas com lágrimas nos olhos ao ver partir a sua amiga, mas compreendendo também a necessidade dela de seguir a sua natureza.
É uma lição linda, de dois seres completamente distintos, que por partida do destino se juntam, que por honra a uma promessa acabam por construir uma bela amizade, de um grupo de amigos que por lealdade a um do grupo, e que apesar de todas as dificuldades aparentes, o ajudam a cumprir uma promessa quase impossível de cumprir.
Como podem ver, é uma fábula cheia de significado, a história de uma linda amizade e de valores que não vemos no dia-a-dia, um exemplo a seguir e mais do que isso, uma conclusão a tirar: tudo a que nos prestamos a fazer, se o quisermos verdadeiramente, conseguimos alcançá-lo.

LUÍS SEPÚLVEDA

LEITURA RECREATIVA

quarta-feira, 10 de março de 2010

ZECA AFONSO

CÂNTICO NEGRO

terça-feira, 9 de março de 2010

PROSAS SOLTAS

REFLEXÕES

Eu! Apenas uma menina feliz de 12 anos.
Feliz, mas com muitos sonhos por realizar.
Sentimento é uma “coisa” que não se vê, mas sente-se, eu sinto compaixão pelas pessoas pobres e sem lar.
Amor é o que sinto por uma pessoa. Aquela que me faz sentir bem e feliz. É aquele de quem me lembro quando estou a passar uma boa fase.
Amizade é o que sinto pelos meus amigos. Que são aqueles que me dão tudo o que não tenho. Que preenchem o meu coração de alegria. São aqueles com quem eu conto para desabafar. São eles que me ajudam a crescer e a preparar-me para o futuro.
Mas dor é o que sinto pelos que sofrem. Sofrem de doença, e nós (humanidade) fazemos com que eles sofram ainda mais. Vimos uma menina numa cadeira de rodas! O que pensamos? Ela não é normal. Vimos um ceguinho! O que pensamos? Coitadinho, não vê. Vimos um miúdo com tricomia 21! O que pensamos? É deficiente…
Vemos os outros e reparamos no que são, quais os defeitos, mas nunca pensamos "e se fôssemos nós?"…
O mundo não é bom para todos. Uns têm doenças, mas são felizes, outros são infelizes e saudáveis. Outros (por exemplo, eu) sentem-se felizes à sua maneira, mas também sofrem apesar de tentar ultrapassar a dor.
Neste mundo há de tudo. Mas ninguém se contenta com o que tem.
E todos temos sonhos! Sabem qual é o meu sonho? É simples!
Só precisava que me respondessem a algumas questões! Como vêem é simples. As perguntas é que parecem difíceis. As questões são as seguintes:
- Por que e que excluímos os meninos com problemas mentais? Se formos a ver, só tem uma coisa a mais que nós, a doença.
- Por que é que muitos patrões não dão emprego aos que têm problemas mentais? Pensando que não têm capacidades, quando, por vezes, sabem mais que nós.
- Por que é que nas escolas há grupinhos onde se excluem as feias, gordas, ou com alguma doença? Talvez porque fiquem mal lá no meio.
- Por que é que os ricos se afastam dos pobres? Talvez porque os últimos não usam roupa de marca.
- Mas há pobres muito giros e quando vêem ricos feios não os ignoram, por que razão será? Talvez porque o pobre vê a vida de um modo diferente. Pensando que não tem riqueza, mas tem tudo do que precisa para ser feliz.
- Por que é que, quando vemos um negro, nos afastamos? Não faço a mínima ideia!
- Por que é que os ricos têm sempre mais e os pobres, ao contrário, cada vez menos têm? Por que é que o rico é beneficiado em tudo e o pobre não? Não sei!
Há muitas mais perguntas… as minhas são todas relacionadas com as injustiças que há no mundo. Para algumas, imagino a resposta, mas para outras nem por isso.
Nós nem percebemos. Mas há tanta dor neste mundo!
E se formos a ver, somos nós que a provocamos. Também cometo alguns erros, mas pelo menos tento melhorar cada vez mais. Enquanto outros nem isso querem fazer. Estão bem na vida… os outros que se desenrasquem.
Também há pessoas que estão pobres, porque querem. Não querem trabalhar e vão vivendo com o que lhes dão…
Mas porque sofrem uns e outros não? Faço-me esta pergunta, mas ninguém me responde.
Há tantos seres humanos que só sabem ver as coisas que existem no mundo, sempre a seu favor, e sem compaixão nem justiça; falam de amor, inventam conflitos em nome de um deus/salvador.
Por que é que não vivemos todos em paz, com o pão-nosso de cada dia?
Os poderosos fazem projectos megalómanos para o mundo ver e até se esquecem dos filhos. Constroem castelos e muralhas para a separação entre os povos, provocam guerras para o mundo não ter união.
Preocupamo-nos em ter e ter cada vez mais, mas não nos preocupamos em ser e ser cada vez melhor.
Outro sonho era um dia poder cantar para uma multidão.
Quando estou triste, eu canto, porque sei que consigo esquecer tudo… o ritmo da música mexe comigo. Ouço alguém cantar, e sonho que sou eu.
Para mim, a música está no meu coração. É simplesmente o que me completa.
Quando canto é como se estive a voar sem ninguém a criticar-me; é como se estivesse num mundo sem fim, onde tudo é perfeito e não há espaço para injustiças. Onde não há inimigos. Simplesmente é tudo perfeito!
Posso até nem cantar bem, mas pelo menos cantar faz-me feliz.
O meu corpo mexe e o meu coração sorri.
Nem sei como explicar… só sei que cantar é um grande sonho.
Pode até passar por ser apenas um sonho. Mas eu tenho que sonhar para conseguir ser alguma coisa na vida. Por isso, cá vou sonhando, já que “o sonho comanda a vida”.

Carolina Matos - 7º G

domingo, 7 de março de 2010

SONHO

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